O Monte de São Mamede ou Monte de Penafiel, localiza-se na freguesia de Frades. É o ponto mais alto do concelho da Póvoa de Lanhoso, com os seus 750 metros de altitude, onde podemos desfrutar um dos mais belos cenários paisagísticos da região minhota.
Lá do alto, temos um miradouro que nos permite observar uma prodigiosa sinfonia panorâmica que compensa o esforço de uma subida. Dele podemos enumerar monumentos e lugares de interesse histórico e artístico, como a românica igreja de Fontarcada, os mosteiros de Tibães, de Rendufe e Bouro, o Castelo de Lanhoso, a Torre dos Machados, os Santuários do Sameiro, da Senhora do Pilar e de Porto de Ave; ou, se quisermos olhar para a natureza, daí podemos vislumbrar horizontes infinitos, desde das águas do Oceano Atlântico a albufeira da Caniçada, o monte da Franqueira em Barcelos e o da Penha em Guimarães e as serras do Gerês, da Cabreira, da Peneda, do Marão, do Larouco, e até a nossa vizinha Galiza.
Esta montanha foi habitada desde os tempos mais remotos passando por lá Celtas, Romanos, Suevos e Visigodos, no qual as marcas deixadas falam desses povos. Desta forma, são várias as lendas associadas a este castro de Penafiel de Soaz.
Nas Inquirições de D. Afonso II, do ano de 1220, é feita referência a um castelo no monte de Penafiel, que deve corresponder ao grande aglomerado de penedos que se encontra no topo da montanha, que hoje serve de miradouro e de posto de vigia. Ou poderá ter sido um castelo roqueiro, isto é, um castelo muito simples de estrutura quase incipiente, talvez um castelo feito de rochas
Esta ridente e fértil zona evoca, dominadoramente, a figura de Maria Pais Ribeiro, a formosa e célebre Ribeirinha, concubina predilecta de D. Sancho I, que ali perto nasceu talvez na Torre dos Machados, e por isso esses sítios idílicos penou as suas mágoas e paixões. O rei, que dela teve seis filhos, a quem generosamente contemplou no seu testamento, fez-lhe largas doações e entre elas, as dos Coutos de Parada de Bouro, ao qual o monte de São Mamede fazia parte, e de Pousadela em Monsul.
Com duas capelas lá no cimo, uma dedicada a Senhora de Lurdes e outra a São Mamede. A sua romaria ocorre no dia 17 de Agosto de cada ano, tendo mais de 300 anos, e a ela acorrem romeiros das freguesias e dos concelhos vizinhos.
São Mamede mártir da Cesareia, actual Turquia, morreu por volta do ano 273, deixando grande fama da sua vida, destacando-se por conquistar a amizade das corças e das cabras selvagens, ordenhava-as e com o leite fabricava queijos que distribuía aos pobres. Assim, São Mamede é patrono do gado e é invocado nas causas do leite.
No dia da Romaria são inúmeros os romeiros que vêm agradecer ao mártir, trazendo leite em jarros ou mesmo em pacotes de leite. São os lavradores para dar graças pelos seus animais, as mães que deram a luz novos rebentos pelo leite que têm que amamentar.
Com todo este cenário é merecedor de uma subida. Não esquecendo que o Monte de São Mamede é um dos mais extraordinários miradouros minhotos, pois está no ponto exacto da separação de duas das mais importantes bacias hidrográficas do norte do País, as do Cávado e a do Ave.
